sexta-feira, 7 de junho de 2013

PRIMEIROS PASSOS

Ele se apoia na parede e, lentamente, se põe de pé.
Fica na mesma posição por alguns segundos. Talvez, acostumando os pés e as pernas a essa nova posição [a que ele ficará grande parte da sua vida]. Arrisca o primeiro passo. Devagar.
Primeiro passo vencido. Segundo passo. Terá que se afastar da parede e parece ponderar isso. Pé ante pé, ele consegue dar seus primeiros passos. Ops! Caiu!
Olha para os lados, um pouco desconcertado, mas como não tem ninguém por perto olhando, não adianta chorar. Então, é levantar novamente.
Observa seus pés, como que querendo entendê-los. Tenta, a sua maneira, dialogar com eles. Quer ter a certeza que lhes sustentarão [mal sabe ele que, será dependente de seus pés a partir do momento que conquistar os primeiros passos]. Os pés – também a sua maneira – indicam que estão com ele para o que der e vier.
Procura o apoio mais próximo para se reerguer. Os pés protestam, dizem que ele já não precisa disso. Basta querer levantar, afinal, é pra isso que eles servem. Com algum esforço, se levanta.
Um pé à frente, depois outro, outro e mais outro. A excitação é inevitável! Olha para baixo, e se mostram satisfeitos, sabem que o estão impressionando. É um feito fantástico se locomover nesta nova posição: Em pé!
Sem muito jeito, olha para o lado e vê seus brinquedos. Devagar, muda de direção [é realmente fantástico poder ir para aonde quiser!]. Pé ante pé vai até os brinquedos. Porém, percebeu que os brinquedos estavam muito próximos.
Não, ele sente que, com sua curiosidade – e seus pés –, pode explorar outros lugares. Pode ir mais longe.
Pronto, foi selado um pacto entre eles.

Ele irá conhecer a casa e, em breve, o mundo. Pé ante pé.

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